quarta-feira, dezembro 06, 2006

"Nasci em um tempo
em que a maioria dos jovens haviam perdido a crença em Deus,
pela mesma razão que os seus maiores a haviam tido - sem saber porquê.
E então, porque o espírito humano tende naturalmente para criticar
porque sente, e não porque pensa,
a maioria desses jovens escolheu
a humanidade para sucedâneo de Deus.
Pertenço, porém, àquela espécie de homens
que estão sempre na margem daquilo a que pertencem,
nem vêem só a multidão de que são,
senão também os grandes espaços que há ao lado.
Por isso nem abandonei Deus tão amplamente como eles,
nem aceitei nunca a Humanidade.
Considerei que Deus sendo improvável, poderia ser,
podendo pois dever ser adorado;
mas que a Humanindade, sendo uma mera ideia biológica,
e não significando mais que a espécie animal humana,
não era mais digna de adoração do que qualquer outra espécie aninal.
(...)
Assim, não sabendo crer em Deus,
e não podedendo crer numa soma de animais,
fiquei, como outros da orla das gentes,
naquela distância de tudo a que comumente se chama Decadência.
A Decadência é a perda total da inconsciência;
porque a inconsciência é o fundamento da vida.
O coração, se pudesse pensar, pararia."


Quando foi escrito este texto, digo depois, bem como o seu autor, porque queria primeiro fazer pensar sobre estes que não sabem crer em Deus, e também não reconhecem mais nada para tal. É sem dúvida uma boa apologética do agnosticismo praticante contra o ateísmo.
o que queres dizer tu sobre essas coisas?
o coração se pudesse pensar...

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